ESPECIAL: Dia Internacional da Mulher Drª Letícia

Depoimento Drª Letícia Amorim
07/03/2025 07/03/2025 17:23 11 visualizações

Católica praticante, a defensora pública Letícia Amorim, quando pedida para falar um pouco de si, um ponto que faz questão de destacar é que é uma mulher de fé, uma referência que veio da família materna. E é na Paróquia Santos Reis, no município em que residesua família, Porto Nacional, e a filha Beatriz Amorim é coroinha, que alimenta e renova a sua fé, que segundo ela, é o pilar que a ampara em todas as circunstâncias. Como na sua trajetória até se tornar membro da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO).

“Sempre fui muito religiosa, sempre rezei muito. Então, durante a minha trajetória de estudos, eu sempre pedia a Deus para que me iluminasse e estudasse justamente os pontos que iriam cair na prova; nas minhas orações reconhecia a minha pequenez diante de um edital tão grande e complexo e estudava sempre com o foco em vencer essa etapa da minha vida. Eu sonhava muito com esse concurso, especialmente por ser uma oportunidade de oferecer uma melhor vida para minha mãe.”, rememora.

Para ela, suas orações foram mais do que atendidas. “Eu sempre gostei muito de processo penal e direito penal, mas reconhecia minha dificuldade na área. A minha maior preocupação era a redação de petições de civil e processo civil, vistoque não tinha experiência. Comprei um livro de petições, bastante robusto e decidi por ele quando abri, aleatoriamente, em uma peça chamada ‘Ação de Reconhecimento e Solução de União Estável’ e achei interessante. Eu a estudei e, para a minha surpresa, na prova subjetiva de processo civil, caiu justamente essa peça. Naquele momento eu não me contive de tanta emoção e gratidão a Deus, e derramei algumas lágrimas de agradecimento”, recorda ao contar queo mesmo aconteceu na terceira fase (oral), quando o tema sorteado foi um assunto que tinha estudado dias antes, no cursinho em Goiânia, onde era monitora, em troca da bolsa de estudos.

Cursinho esse onde conheceu outras pessoas que hoje são seus colegas de Defensoria Pública, como Larissa Pultrini, Murilo Machado, dentre tantos outros que de uma forma ou de outra conheceram a menina que chegava ao cursinho de bicicleta para economizar o dinheiro do ônibus. Rede de Apoio Para chegar onde chegou, Letícia conta que o apoio de algumas pessoas foi fundamental. Como a tia Maria Aparecida Nunes Amorim, promotora de Justiça em Goiás, uma das maiores incentivadoras de sua carreira jurídica. “A minha mãe não tinha condições financeiras, então a Tia Cida que me auxiliou nessa jornada de passar na UFG para Direito e após o curso nas batalhas dos concursos públicos. Minha mãe Marilda é a mais velha de dez irmãos e sempre trabalhou e estudou para auxiliar meu avô e minha avó no sustento dos irmãos. Então, a Tia Cida me auxiliou a chegar onde estou como forma de gratidão e com a certeza de que eu cuidaria da minha mãe, sua querida irmã”.

Quando passou para o II Concurso da DPE-TO lembra que o caminho para posse foi recheado de novas amizades e novos auxílios, inclusive de colegas que são defensores públicos hoje. “Foi muita luta, estudo e, principalmente, muita fé. Não posso esquecer que dra. Mônica, dr. Evandro, dr. Iwace, dra.Franciana, dr. Daniel Felício, dr. Gildevan, dentre tantos outros, foram de suma importância para nossa posse em 2009, pois sem a força desses colegas e o auxílio financeiro, eu não conseguiria viajar de norte a sul do país para colher assinatura de desistências de ingresso na nossa carreira”. Defesa criminal Enquanto defensora pública, uma das atuações de preferência é a defesa criminal, área esta que escolheu antes mesmo de prestar o concurso público para Defensoria Pública do Tocantins.

“Eu estava lendo a revista Carta Capital, quando me deparei com um artigo sobre mulheres encarceradas. Ali, eu vi fala de defensoras e defensores públicos que auxiliavam mulheres no cárcere e aquilo me chamou muito atenção. Foi quando eu decidi que queria ser defensora pública, especialmente para que eu pudesse diminuir o sentimento de que as pessoas pobres no Brasil não são bem defendidas, por não terem condições de pagar um advogado. Na seara criminal isso é de suma importância, pois afinal é a liberdade de uma pessoa que está em jogo” afirma.

Cheia de energia

Na vida pessoal, Letícia Amorim não descuida da saúde, com a prática atividades físicos, e valoriza momentos em família, como as cavalgadas que fazem parte da programação dos fins de semana. Andar e cuidar de cavalos, inclusive, é uma de suas formas de entretenimento preferidas - uma paixão que tem desde a infância, mas que intensificou-se na pandemia. “Sempre amei cavalos e cavalgar. Em 2020, conheci a Associação Equestre de Porto e comecei a frequentar. Logo em seguida, veio a pandemia e já compramos o primeiro cavalo e logo em seguida viramos sócios do Porto Ranch. Durante a pandemia, nosso laço com os cavalos e o haras só aumentou, pois era um local ao ar livre, onde poderíamos nos divertir sem o stress de preocupação com a covid”, lembra. Quem é ela Letícia Cristina Amorim Saraiva dos Santos Moura nasceu em Brasília (DF), onde morou até 1999, quando se mudou para Goiânia para estudar na UFG. Filha de Dagildo Saraiva dos Santos e Marilda Nunes Amorim, é casada com Eugênio César Batista Moura Amorim e mãe da pequena Beatriz Moura Amorim.

Pós graduada em Ciências Penais pela UNISUL. Na área profissional atuou como professora universitária nas disciplinas de Direito Penal, Processo Penal e Prática Jurídica Penal na Faculdade Montes Belos (GO) e também na Unitins, em Dianopólis. Desde outubro de 2009 é defensora pública no Estado do Tocantins, atuando em Itacajá, Palmeirópolis, Paranã, Natividade, Dianópolis, Paraíso do Tocantins e agora é titular da 1ª Defensoria Pública do Tribunal do Júri de Gurupi. Letícia Amorim é gente que a DPE-TO ir além.